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Veja os pontos positivos e negativos do novo EcoSport com pneus Run Flat

Desde quando o EcoSport perdeu o reinado entre os SUVs compactos com a chegada de novidades, como HR-V, Renegade e Creta, a Ford vem buscando formas de aquecer as vendas daquele que foi o pioneiro no novo estilo de utilitários compactos no Brasil. A mais nova tentativa da marca do oval azul de atrair clientes para o Eco foi o lançamento da nova versão Titanium. E a principal novidade no modelo foi a retirada do estepe da tampa do porta-malas e a introdução da tecnologia de pneus Run Flat.

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Antes de dar nossa opinião sobre o modelo que testamos, vamos explicar como funcionam os pneus Run Flat ou ZP (Zero Pressure). Eles se caracterizam pelas laterais reforçadas que permitem continuar rodando mesmo se um deles perder totalmente a pressão, dentro de certos limites de distância e velocidade. Ou seja, em caso de furo o motorista é avisado pelo sistema de monitoramento de pressão dos pneus e não precisa interromper a viagem, podendo fazer o conserto depois, com segurança, no momento e local mais convenientes.

O novo EcoSport Titanium vem com pneus Michelin ZP que podem percorrer até 80 km à velocidade de 80 km/h com pressão zero. Usando o kit de reparo que acompanha o veículo, essa distância é ampliada para 200 km, mantendo o mesmo limite de velocidade. Por essa razão, veículos equipados com a tecnologia Run Flat dispensam o uso de estepe, macaco e chave de roda.

Bom, mas poderia ser melhor (parte 1)

Como a ideia de nosso teste é mostrar os pontos positivos e negativos do novo EcoSport, vamos iniciar justamente falando dessa principal novidade. A retirada do estepe na tampa do porta-malas deu um visual mais leve ao Eco, mas isso é uma questão subjetiva. Tem que prefira o pneu pendurado e tem que prefira do jeito atual. O certo é que a saída do estepe deveria ser acompanha da abertura vertical da tampa, normal nos carros que não têm o pneu pendurado atrás. Entretanto, no EcoSport Titaniun, a tampa do porta-malas segue abrindo para o lado, o que é um inconveniente para quem tem pouco espaço de garagem e precisa abrir o compartimento para retirar compras, por exemplo. Ou seja, o ponto positivo da saída do estepe poderia ser mais reforçado se a abertura do porta-malas também tivesse sido alterada.

Outro ponto que diminui os benefícios da tecnologia Run Flat é sua desenvoltura em terrenos mais irregulares. Nas ruas asfaltadas da cidade você quase não consegue notar diferença entre o Run Flat e pneus normais, mas quando colocamos o Eco numa estrada de areia batida, com muitas imperfeições, sentimos a dureza dos “calçados”. É algo como você trocar um tênis de corrida macio e amortecido por um “sapatênis”, que apesar de ser mais bonito, não te dá o mesmo conforto em uma caminhada mais longa.

Mecânica equilibrada

A nova versão Titanium também tem como novidade a adoção exclusiva do motor 1.5 de três cilindros, 137 cv de potência e 16,2 kgfm de torque. O 2.0 de 176 cv de potência ficou apenas para a versão mais cara, a aventureira Storm (leia mais aqui). A transmissão é automática de seis velocidades.

O que pode parecer um retrocesso, uma vez que o Eco “perdeu” cerca de 40 cv, também pode ser visto como uma evolução. A busca pela eficiência (economia de combustível) é um dos fatores importantes na hora da compra. E com o motor menor e mais moderno, o Eco ficou mais eficiente. O conjunto mecânico consegue dar conta do recado, principalmente na cidade, pois as saídas são ágeis. Verdade que nas retomadas você sente um pouco de falta de fôlego do motor, o que exige um trabalho constante da transmissão. O bom é que você pode se antecipar e reduzir a marcha através das alavancas do paddle shift atrás do volante.

O consumo é a principal vantagem dessa motorização menor e mais moderna. Durante nosso teste, que incluiu cidade (60%) e estrada (40%), a média ficou em 9,1 km/l de etanol. Com gasolina, testamos apenas em vias urbanas, e o consumo ficou em 9,5 km/l. São números bom para um SUV, mesmo que compacto. Portanto, a mecânica é um ponto positivo do novo Eco Titanium, uma vez que o perfil do comprador dessa versão é essencialmente para uso urbano.

Bom, mas poderia ser melhor (parte 2)

Vamos entrar no EcoSport, que nessa versão pede R$ 103 mil, mas tem uma boa lista de equipamentos de série, até um pouco acima da média de seus concorrentes. Ele vem com: teto solar elétrico, sete airbags, sistema de monitoramento de ponto cego e tráfego cruzado, painel “soft touch”, bancos de couro ecológico, sensor de presença para acesso inteligente e partida sem chave, central multimídia SYNC 3 com tela de 8”, luzes diurnas de LED, sensor de chuva e rodas de liga leve de 17”.

Na versão Titanium o EcoSport tem uma boa relação de custo-benefício levando em consideração o que seus rivais entregam pelo mesmo preço. Poderia ser melhor? Poderia sim. Sentimos falta de faróis automáticos, por exemplo, como também faróis em LED. A central multimídia é boa, mas tem um pouco de lentidão para atender aos comandos do usuário. O painel de instrumentos também precisa de um toque mais moderno. Não precisa ser um 100% digital, mas a disposição dos indicadores analógicos no Eco se assemelha a de um carro de 10 ou 15 anos atrás.

O acabamento merece um capítulo à parte. Os bancos em couro na cor bege da unidade que testamos são bons e passam um estilo premium. Os materiais do painel têm um bom toque, mas algumas peças não estão bem encaixadas e há rebarbas de plástico em alguns pontos. Falta um pouco de capricho que é exigido pelo público que paga mais de R$ 100 mil em um automóvel.

Podemos resumir que o EcoSport segue um bom carro e, consequentemente, uma boa compra. Há concorrentes melhores? Sim, vários. Mas não é uma distância que justifique você não levar o modelo da Ford em consideração na hora de fazer um test-drive. O Eco é muito bom de dirigir, tem um pós-venda sem grandes problemas e não será uma dor de cabeça na hora de revender. Esse são pontos positivos. Mas, como destacamos anteriormente, poderia ser melhor em alguns aspectos.

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