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Isenção baixará preços, mas financiamento caro ainda é o “calo” da indústria

Qualquer redução de impostos que visem aquecer a economia e tirar da estagnação um setor do mercado é muita bem-vinda. A indústria automotiva nacional, grande geradora de empregos do setor, está ociosa devido à baixa demanda de consumidores. E os preços elevados dos carros no “pós-pandemia” pesam muito para isso. Não são, no entanto, o único problema para os estoques abarrotados.

Durante a coletiva de imprensa na qual foi feito o anúncio da redução dos impostos federais para carros até R$ 120 mil, o vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, destacou um outro problema que está pesando na estagnação do mercado automotivo.

Segundo Alckmin, o financiamento de carros teve grande queda devido aos juros altos e, com os preços elevados, poucas pessoas podem comprar um automóvel à vista. Isso quer dizer, portanto, que só baixar os preços não garantirá a volta do patamar de produção ou de vendas de antes da pandemia.

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Comprar um carro com taxa 0% hoje é uma missão quase impossível. Algumas montadoras e bancos conseguem promoções isoladas, que pedem uma entrada gorda e poucas parcelas.

Tão raro também é conseguir comprar um 0 km financiado sem dar nada (ou quase nada) de entrada com parcelas a perder de vista. Se o cliente conseguir essa linha de crédito com algum banco, deve se preparar para pagar o preço do carro escolhido e mais outro só de juros. Paga 2 e leva 1.

Não estamos aqui querendo colocar “água no chope” da indústria automotiva após o anúncio de redução de impostos. Será muito bom se tivermos carros abaixo da casa dos R$ 60 mil. Mas é preciso trabalhar forte na queda da Selic e juros reais.

Mas vale ressaltar que a redução dos impostos não beneficiará apenas os carros “populares”. Os mais baratos terão a maior taxa de isenção, mas são muitos modelos que entram na lista até o teto de R$ 120 mil.

Deveremos ter também uma redução de preços vinda do outro lado do balcão. Para inserir mais carros na faixa dos R$ 120 mil, muitas montadoras deverão baixar o valor de modelos que estão próximos ao teto. Ou até mesmo retirar alguns equipamentos de série para criar versões até o valor estipulado pelo governo.

Por exemplo, será que a Jeep vai querer ficar de fora da faixa de isenção de impostos federais porque seu carro mais barato, o Renegade 1.3 turbo, custa R$ 125 mil? Eu apostaria que em breve esse mesmo modelo custará R$ 119.990. Isso deverá acontecer com muitas marcas e modelos.

Vamos esperar para ver os efeitos dessa medida no mercado e torcer para que o financiamento também melhore. Uma indústria automotiva forte gera mais empregos e faz a roda da economia girar ainda mais acelerada.

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