Las Vegas – Tudo pelo celular. Como assim? O carro vai virar o tão esperado smartphone sobre rodas? Ainda é cedo para afirmar mas fica a dica: o que a Ford está aprontando na CES é engenharia de gigante. Traduzindo a chamada C-V2X como uma plataforma de comunicação do veículo conectada ao celular e integrado aos novos automóveis da marca nos EUA a partir de 2022.
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E quanto ao Brasil? Os planos serão bem parecidos. Mas são outros quinhentos. Aqui nos Estados Unidos, a aproximadamente um ano, a montadora fechou um acordo com a Qualcomm, proprietária da marca Snapdragon, que produz processadores para smartphones, para desenvolver o projeto. No Brasil, a montadora deve uma melhor aplicação do FordPass com o já bem sucedido Sync3.
O que é o C-V2X?
Primeiro diria que é o anjo da guarda de motoristas e pedestres que permitirá algumas práticas como um carro fofocar com o outro. Pode sorrir. Os veículos vão “ouvir” e “conversar” entre eles, com as pessoas e a infraestrutura de trânsito. A proposta tem como bandeira a segurança do amanhã.
Mas tem um detalhe: a C-V2X foi planejada para operar com a rede de celular 5G, que está avançando pelo mundo e as operadoras no Brasil estão de olho. Já em 2019 ela começa com foco na banda fixa. A 5G é o que chamo de injeção direta no motor da telefonia. Ela permite a comunicação entre os dispositivos conectados sem que o sinal viaje primeiro. Simples e direto.
Don Butler, diretor executivo de veículos conectados da Ford, explica que o C-V2X será também gentileza que geralmente falta no trânsito, a tradução foi minha mas é isso aí. “Os veículos poderão se comunicar entre si para negociar qual tem a preferência na travessia de um cruzamento, assim como socorro em caso de acidente. Hoje, você consulta o Waze para te dar a melhor rota, nesse caso, o carro vai fazer isso por você. Para os autônomos nível 4, ainda longe do Brasil, é um prato cheio.
Outra aposta da Ford na CES são nos serviços GoRide. Um barato esse negócio que transporta gente com agilidade. Aqui eles chamam de scooters mas por aí pode batiza-los de patinetes elétricos. A Spin foi adquirida pela divisão Smart Mobility da marca do oval.
E ainda na arena da montadora, dentro do pavilhão norte, onde está a indústria de automóveis, deu tempo de conhecer um pouco mais da mobilidade conectada chamada de Autonomic. Ela trabalha o desenvolvimento com empresas do setor, como a RideOS, criadora de tecnologias de transporte e mapeamento, o fornecimento de estimativas de viagem precisas.
Com essa integração, as solicitações de carona podem ser facilmente combinadas tanto com veículos dirigidos por motoristas como com os futuros autônomos para sugerir a melhor forma de chegar a um destino.
Com esse “novo brinquedo”, por exemplo, você poderá ver mais através da parceira com a TribalScale o implemento daquilo que eles chamam de Dashero, outra plataforma de inteligência artificial que permite a compra de produtos e serviços por comandos de voz direto do veículo usando dados de uma nuvem carregada de produtos. Ah! Esse futuro. Vá se acostumando porque vamos falar muito dele.
* Jorge Moraes viajou a convite da Ford