Mangaratiba (RJ) – O T-Cross nem chegou às lojas mas é uma das principais notícias no mercado automotivo desde o final do ano passado, quando fez suas primeiras aparições no país. O badalado SUV compacto da Volkswagen havia sido mostrado apenas na versão topo de linha, a Highline, que parte de R$ 110 mil. Mas agora chegou a hora de desvendar as versões que serão as mais vendidas e mais vistas nas ruas brasileiras.
O lançamento das versões de entrada e intermediária do T-Cross foi realizado na Costa Verde do Rio de Janeiro. A Volks disponibilizou unidades do SUV com motor 1.0 TSI com ou sem embreagem. Eram três versões: a 200 TSI manual, a 200 TSI automática e a Comfortline, que também usa a motorização de mil cilindradas turbina e conversor de toque.
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O T-Cross parte de R$ 84.990 na versão 200 TSI com câmbio manual de seis marchas. Segundo a Volks, cerca de 10% dos SUVs compactos vendidos no Brasil têm pedal de embreagem, o que justificaria o lançamento dessa versão. Eu não conheço quem tenha comprado um utilitário com caixa manual e, por isso, me limitei a um contato pequeno com essa versão.
A porta de entrada mais usada para o T-Cross será, portanto, a versão 200 TSI com transmissão automática de seis velocidades, que custa R$ 94.490. O motor 200 TSI Total Flex desenvolve potência de até 128 cv e o torque máximo é de 20,4 kgfm.
T-Cross 200 TSI
O T-Cross já é bem equipado desde a versão 200 TSI, que traz de série Controle de Estabilidade (ESC), seis airbags, freios a disco nas quatro rodas, bloqueio eletrônico do diferencial (XDS+), direção elétrica e ajuste de altura e distância para o volante, assistente para partida em rampas (Hill Hold), sensores traseiros de estacionamento, sistema ISOFIX para fixação de cadeirinhas infantis, faróis com função “Coming & Leaving home”, faróis de neblina com função “cornering”, luzes de condução diurna em LED, lanternas traseiras em LED, banco dianteiro do passageiro com encosto rebatível, suporte para smartphone com entrada USB para carregamento, travas e vidros elétricos, apoio de braço central com porta-objetos, volante multifuncional revestido de couro com “shift paddles”, duas entradas USB para o banco traseiro, saída traseira de ar-condicionado, sistema de som Composition Touch com tela colorida sensível ao toque (“touchscreen”) de 6,5 polegadas e App-Connect. Os últimos cinco itens de série só aparecem na versão automática.
Como opcional, por R$ 1.590, o pacote Interactive II inclui câmera de ré para auxílio em manobras, sensores dianteiros de estacionamento e espelhos retrovisores externos com rebatimento elétrico.
Com esses opcionais, o T-Cross 200 TSI automático fica por R$ 101 mil, mas tem uma das melhores listas de equipamentos nessa faixa de preço e ainda com itens exclusivos para esse valor, como os sensores de estacionamento dianteiros.
Muita gente queria saber se o motor 1.0 TSI daria conta de carregar o SUV de 1.200 kg. Depois de testar o carro por quase 200 km entre trechos urbano e de estrada, inclusive com subidas de serras, podemos dizer sem medo de errar que o pequeno propulsor turbinado de três cilindros e com injeção direta de combustível dá conta do recado.
Se você colocar o T-Cross 200 TSI nas mãos de um motorista que não sabe qual a motorização que está carregando o carro e perguntar para ele o tamanho do propulsor sob o capô, dificilmente a pessoa responderá que se trata de um mil cilindradas, tamanha a desenvoltura do SUV compacto nas saídas e retomadas.
Outro destaque é a suspensão do T-Cross. O acerto da Volks é impecável, algo semelhante que encontramos apenas na cara Tiguan Allspace. O SUV compacto ficou melhor de dirigir do que Polo e Virtus, colegas de plataforma do “jipinho”. E, assim como o hatch e o sedã, o T-Cross é nota máxima em segurança para os passageiros.
No visual, as versões de entrada perdem um pouco do charme do T-Cross que nos acostumamos a ver desde seu lançamento, quando só aparecia a versão Highline. A grade frontal tem um acabamento mais simples, sem o brilho do black piano e os cromados. As rodas de 16 polegadas também são mais simples e o interior tem acabamento bem menos refinado, sem as texturas especiais dadas ao plástico no console bicolor das versões mais caras.
T-Cross Comfortline
O T-Cross na versão 200 TSI automática será a medida certa para boa parte do público apaixonado pelos SUVs. Mas também não podemos esquecer da versão Comfortline (R$ 99.990), que tem o visual semelhante à versão Highline e permite incluir opcionais de pegada mais premium, como o teto panorâmico.
O Comfortline 200 TSI Automático adiciona os itens: ar-condicionado digital Climatronic, banco do motorista com ajuste lombar, câmera de ré para auxílio no estacionamento, indicador de pressão dos pneus (RKA), manopla da alavanca de câmbio revestida de couro, porta-luvas refrigerado, sistema “save” de variação do espaço do porta-malas, rodas de liga leve de 17” com pneus 205/55 R17, sensores dianteiros de estacionamento (além dos traseiros) e sistema de frenagem automática pós-colisão.
Essa versão se diferencia da 200 TSI Automático pelos detalhes cromados na grade dianteira (que é pintada em preto brilhante), colunas centrais (“B”) na cor preto brilhante e para-choque traseiro com apliques cromados na região inferior. O revestimento interno é na cor azul escuro e há insertos decorativos no painel.
Para essa versão há quatro pacotes opcionais. O Exclusive & Interactive (R$ 3.950) inclui sistema de infotainment “Discover Media” com navegador via satélite, tela de 8 polegadas, comando por voz e entrada USB no console central; iluminação ambiente em LED; seletor do modo de condução; sistema KESSY de abertura das portas sem chave e partida do motor por botão; espelhos retrovisores externos com rebatimento elétrico e tapetes adicionais de carpete.
O pacote Sky View II (R$ 4.800) traz o teto solar panorâmico, espelho retrovisor interno eletrocrômico e sensores de chuva e crepuscular. O pacote Design View (R$ 1.950) agrega bancos de couro com detalhes na cor “Marrakesh Brown” e apliques decorativos no painel com detalhes na cor bronze namíbia.
O quarto pacote, Premium (R$ 6.050), traz o sistema Park Assist 3.0, faróis full-LED com luz de condução diurna em LED e sistema de som “Beats” com subwoofer.
Com todos os opcionais incluídos, o T-Cross Comfortline pula para R$ 116.740, ficando mais cara que a Highline (R$ 109.990). Mas vale ressaltar que a versão topo de linha com todos os opcionais fica na casa dos R$ 127 mil. A diferença entre Comfortline e Highline é, basicamente, a motorização.
T-Cross Highline
O Highline é puxado pelo motor 250 TSI, um propulsor 1.4 turbo de 150 cv de potência e 25,4 kgfm de torque distribuídos pela mesma transmissão automática de seis velocidades das outras versões.
Portanto, não temos dúvida que a versão de volume do T-Cross será a 200 TSI com caixa automática. Incluindo o pacote de opcionais que custa pouco mais de R$ 1.500, essa versão fica com um bom custo-benefício e o motor 1.0 turbo consegue levar o SUV com facilidade. O consumo em nosso teste no Rio ficou em 12,8 km/l no percurso combinado de cidade/estrada com gasolina (duas pessoas a bordo e ar-condicionado ligado).
Mas se você quer o T-Cross com o visual que conhecemos no ano passado, cheio de brilho e mimos, recomendamos a versão Comfortline. Ela dispensa até os opcionais, mas se você tiver um extra para gastar, sugerimos o pacote Exclusive & Interactive (R$ 3.950). Com ele, o T-Cross passa cerca de R$ 104 mil, mas tem equipamentos que seus rivais não entregam nessa faixa de preço.
Agora, se você não abre mão de um desempenho mais robusto, quase de pegada esportiva, o seu número começa em R$ 109.990 na versão Highline. Antes de testar o T-Cross 200 TSI eu achava que o SUV da Volks só valeria a pena na versão topo de linha. Mas, diante do desempenho do T-Cross com motor 1.0, posso dizer tranquilamente que o motor 1.4 TSI é dispensável, principalmente para quem usará o SUV mais na cidade.
O que é certo é o compacto da Volks não nasceu para ser coadjuvante. Prova disso é que as 800 unidades colocadas em pré-venda na internet foram comercializadas em apenas uma semana. Portanto, pode esperar uma longa fila de espera pelo T-Cross.