A líder de vendas do setor automotivo nacional não quer deixar brechas para suas concorrentes. A Strada com motor turbo e câmbio automático era a carta na manga da Fiat, que ela solta após a chegada da nova Chevrolet Montana e da tentativa da Volks de reviver a envelhecida Saveiro.
Testamos a versão Ranch, que divide o topo da gama com a Ultra pelo mesmo preço de R$ 132.990. O único opcional do carro que avaliamos é a cor vermelha Montecarlo por R$ 990. Nesse valor, beirando os R$ 124 mil, você encontra uma picape compacta de cabine dupla com espaço interno suficiente para quatro passageiros com conforto ou cinco se acotovelando.
A lista de equipamentos de série é generosa, mas poderia ser melhor. Vou explicar. A Strada Ranch T200 vem com bancos em couro, faróis em LED, bom acabamento de portas e painel, ar-condicionado digital e carregador de celular sem fio.
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Mas, por R$ 134 mil eu não abriria mão de um botão de partida, sensor de chuva e crepuscular e de uma central multimídia maior e mais moderna (a atual é de apenas 7 polegadas). Apesar de que essa telinha já tem conectividade sem fio, coisa que algumas maiores por aí não têm.
A gente sabe que o grande volume nas vendas da Strada vem das versões de entrada (Endurance) e intermediárias (Freedom), afinal, trata-se de um utilitário e muita gente quer mesmo é a versatilidade da caçamba, mesmo que seja pequena. Falamos de trabalho.
O que evoluiu mesmo nas novas versões topadas da Strada foi o conjunto mecânico. O motor 1.0 turbo de 130 cv de potência e 20,4 kgfm de torque deu nova vida à picape. As saídas ficaram muito ágeis e as retomadas para ultrapassagens ficaram fáceis.
Você só precisa se acostumar com o preguiçoso câmbio CVT que simula 7 marchas. Muitas vezes ele demora para entender a necessidade que você tem ao demandar do pedal do acelerador e causa uma certa irritação. Mas isso não é um problema específico desse CVT. Praticamente todos desse tipo têm esse “problema”, mas que você acaba se acostumando. Donos de Yaris, por exemplo, vão me entender.
Uma alternativa para acordar a transmissão sonolenta é ativar o botão Sport destacado em vermelho no novo volante que interfere para melhor, no visual da cabine. Não que a Strada vá se transformar numa Amarok V6, mas a picape ganha um fôlego extra e os atrasos do câmbio diminuem.
Em relação ao consumo, achamos satisfatório o desempenho da Strada turbo. Na estrada, dirigindo em um modo nada conservador (pisando bem), o número registrado no discreto computador de bordo ao centro do painel de instrumentos rudimentar foi de 13,9 km/l de gasolina. Uma pessoa no carro, pouca carga na caçamba, ar-condicionado sempre ligado e botão turbo raramente acionado. Foram cerca de 300 km rodados entre Natal (RN) e Recife (PE).
Na cidade, a melhor marca que registramos em dias de trânsito pesado na capital pernambucana foi de 11 km/l, também com gasolina e condições semelhantes de peso e uso do geladinho na cabine.
Então podemos dizer sim que a Strada evoluiu. A Fiat não quer deixar margem de mercado para as versões de entrada da Montana ou para a velha guerreira Saveiro. Com a motorização turbo, a líder agora tem uma gama vasta de opções, com motores aspirados e câmbio manual ou automático até os turbinados sem embreagem. Para quem gosta ou precisa desse tipo de veículo, a Strada é um prato cheio.
Capacidade de carga
Nas versões com cabine dupla, o volume de carga chega a 844 litros, enquanto a capacidade total de carga (que inclui o peso dos ocupantes do veículo e as bagagens na caçamba) é de 650 kg. Quanto ao peso admitido para o reboque é de 400 Kg.