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Qual o melhor entre SUVs compactos turbinados no mercado nacional

A chegada de mais uma versão com turbo entre os SUVs compactos no Brasil – com a volta do Honda HR-V Touring – gerou em nossa equipe uma discórdia sobre qual é agora a melhor opção turbinada no segmento mais concorrido do país. O recém-lançado SUV T-Cross se beneficiava por ter duas opções de motorização com turbo (1.0 e 1.4), podendo assim mirar mais baixo no preço em relação ao Renegade, por exemplo, que só possui essa tecnologia nas versões mais caras, puxadas a diesel. Correndo por fora tem ainda o surpreendente Tiggo 5X da Caoa Chery e o Chevrolet Tracker, que está perto de mudar de geração e vai ganhar mais força com uma segunda opção de motorização. Mas agora temos mais uma turbina nessa turma e que também bebe gasolina.

Se pegarmos apenas as versões topo de linha entre os turbinados, a variação de preço será muito grande: entre R$ 96.990 do Tiggo 5x até R$ 139.900 de HR-V Touring e Renegade Trailhawk. Mas também há muitas diferenças entre os modelos, apesar de disputarem clientes semelhantes no segmento dos SUVs compactos.

Antes que pensem que a gente esqueceu, há ainda o Vitara em duas versões turbinadas: a 4Sport por R$ 119.990 e a 4Style por R$ 126.990. Ambas são bem equipadas e puxadas pelo propulsor 1.4 turbo e injeção direta que entrega 143 cv de potência e 23,5 kgfm de torque. A versão mais cara, inclusive, acrescenta tração 4×4 e teto solar de série. Não podemos, porém, dar mais detalhes sobre o Vitara porque temos pouquíssimo contato com o modelo, diferentemente de seus rivais, que chegam para nossa avaliação.

Há ainda a dupla da PSA: Peugeot 2008 e Citroën C4 Cactus que tem motor THP. Falaremos deles mais abaixo.

Vamos começar, portanto, detalhando a novidade. O HR-V Touring volta ao mercado nacional com motor 1.5 turbo de 173 cv de potência e 22,4 kgfm de torque, transmissão CVT com simulação de sete velocidades e tração dianteira. Mas será que apenas a diferença entre os propulsores 1.8 aspirado de 140 cv e o novo turbinado valem R$ 28 mil? Essa é a disparidade entre a versão EXL (111.900) e a Touring (R$ 139.900).

Além da mudança mecânica, a Honda deu um novo recheio ao HR-V Touring. A própria montadora ressaltou várias vezes no comunicado que apresentou a nova versão, que esta dá um “novo patamar” ao HR-V. Se olharmos a lista de equipamentos e o preço, isso é verdade.

De cara, destacamos o teto solar, que não era oferecido nas outras versões. Somente esse item custa em média entre R$ 5 mil e R$ 10 mil quando é vendido como opcional por diversas montadoras. Há ainda os faróis principais e de neblina Full LED e a opção de acabamento na cor cinza claro ou preto para bancos – revestidos em couro – laterais de porta, console central e painel. Costuras duplas nas laterais de porta também são exclusivas do modelo Touring.

O HR-V Touring permite a abertura do modelo sem o uso da chave, por aproximação, e tem o botão de partida. É equipado com sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré – com três modos de visualização.

Outro atributo é o sistema Honda LaneWatch é composto de uma câmera instalada no retrovisor direito, que amplia o ângulo de visão do motorista além do proporcionado pelo espelho retrovisor, eliminando pontos cegos e projetando essa imagem ampliada no sistema multimídia, ao se acionar a seta, ou mesmo ao pressionar um botão na alavanca. Com isso, o condutor passa a ter muito mais segurança em mudanças de faixa e mais comodidade em manobras. O HR-V Touring traz ainda equipamentos exclusivos, como sensores de chuva e retrovisor fotocrômico automático.

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Apesar de ter o mesmo preço do HR-V Touring, o Renegade em sua versão topo de linha tem uma pegada bem diferente. O cliente que busca um carro com motor turbodiesel e tração 4×4 tende a usar o SUV em percursos fora de estrada, algo que o Honda dificilmente terá que enfrentar.

Mas se olharmos o nível de equipamentos de série, Honda e Jeep estão no mesmo patamar. O Renegade nessa versão tem ar-condicionado digital de duas zonas, chave presencial com partida realizada por botão, central multimídia de 8,4 polegadas e sensível ao toque, assistente de partida em ladeira, rodas de 17 polegadas, entre outros.

A vantagem do HR-V em relação Jeep está no teto solar, que é de série na versão Touring, mas que no Renegade é oferecido apenas como opcional que custa R$ 8.140, elevando bastante o valor do SUV, que chega perto dos R$ 150 mil.

Entretanto, na mecânica podemos dizer que o Jeep leva vantagem. O conjunto mecânico com o motor 2.0 turbodiesel de 170 cv entrega mas resistência e torque. Os 35,6 kgfm de torque do Jeep deixam os 22,4 kgfm do HR-V no chão. É muito mais força em jogo e que pode pesar na sua escolha. Além disso, a caixa automática de nove velocidades do Renegade é mais moderna e ágil que a CVT do Honda, que simula 7 marchas.

Lançado recentemente, o T-Cross tem cerca de um mês de mercado, mas promete dar trabalhos aos líderes. Uma das razões para o sucesso instantâneo do SUV compacto da Volkswagen está nas opções de conjunto mecânico. É o único do segmento a oferecer duas opções de motorização turbinada. Os motores 200 TSI e 250 TSI são as estrelas do T-Cross. Eles garantem um bom desempenho e muita economia de combustível.

Entretanto, para competir com Honda HR-V Touring e Renegade Trailhawk, precisamos pegar a versão topo de linha, a Highline, e incluir todos os opcionais, o que eleva o preço do Volks para quase R$ 125 mil.

Dessa forma, temos um T-Cross com teto solar, faróis full LED, sensores traseiros e dianteiros, park assist, painel digital, central multimídia Discover Média (a mesma de Golf GTI e Tiguan R-Line), entre outros.

Podemos até dizer que, dessa forma, o T-Cross é o mais bem equipado da turma turbinada. O que seus rivais acima descritos levam vantagem é na potência do motor. O 250 TSI entrega 150 cv, contra 173 cv do HR-V e 170 cv do Renegade. Já no torque, o motor 1.4 turbo do Volks vence o Honda, pois entrega 25,4 kgfm, contra 22,4 kgfm do japonês. A também que prefira a transmissão automática de seis velocidades do T-Cross em relação ao CVT do Honda. Ainda não testamos o HR-V Touring, mas levando em conta os números do Civic que usa o mesmo motor, o T-Cross é também mais econômico.

Por esses motivos, um T-Cross completão, com mecânica equivalente, mas que custa R$ 15 mil a menos acaba sendo uma opção mais lógica ante o HR-V. Claro que o Honda tem um acabamento interno mais refinado, com menos plástico duro que o Volks. Caberá ao consumidor pesar se a diferença de valor é suficiente para ter um toque mais macio no interior do carro.

Muita gente ainda torce o nariz para os carros chineses, mas precisamos aceitar que alguns deles já chegaram a um patamar que permite que os comparemos aos rivais com mais tempo no mercado nacional. É o caso o Tiggo 5x da Caoa Chery. O SUV compacto fabricado no Brasil tem ótima lista de equipamentos de série, principalmente se levarmos em conta o preço bem abaixo do segmento.

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Por R$ 96.990 você tem a opção de um SUV compacto com teto solar, central multimídia de 9 polegadas, ar-condicionado eletrônico, rodas de liga-leve de 18 polegadas, bancos em couro e muito mais.

O SUV chinês vem equipado com um motor de 1,5 litro, turbo Flex. Tem bloco e cabeçote de alumínio, duplo comando de válvulas variáveis (VVT), coletor de admissão variável (VIS), potência máxima de 150 cv / 147 cv (etanol/gasolina) a 5.500 rpm e torque máximo de 21,4 kgfm (etanol /gasolina). A esse motor vem acoplado a transmissão automatizada de dupla embreagem (DCT) com seis velocidades.

Com uma lista de equipamento generosa, motor turbo e a diferença de preço que pode chegar a mais de R$ 40 mil, o Tiggo 5x deve ser levado em consideração pelo menos para que seja incluído uma visita à loja para fazer um test drive.

A PSA entrega o Peugeot 2008 e o Citroën C4 Cactus com opção de motor THP. O primeiro acaba de passar por mudanças, mas a versão turbo com câmbio automático só chega às lojas em novembro. O Cactus fica interessante na versão Shine THP Pack Automático por R$ 99.990. O principal atributo do modelo é o motor 1.6 THP de 173 cv e 24,5 kgfm de torque, que anda muito bem e não bebe muito. O visual é polêmico, mas está garantindo boas vendas do modelo, que em abril emplacou mais de 1.500 unidades no país.

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O interior tem uma linha mais tradicional e até mesmo “sem graça”. Não fosse o painel 100% digital, o Cactus entraria no jogo dos SUVs compactos com desvantagem nesse quesito. Uma vantagem é que todas as versões do C4 Cactus contam com a Central Multimídia de 7’’ com sistema de áudio com Bluetooth desenvolvida pelo Groupe PSA.

Outros itens de tecnologia voltados para o conforto também estão presentes, principalmente nas versões mais caras ou como opcionais. Entre os principais, podemos destacar: Sistema Keyless; Botão Start/Stop; Bluetooth e sistema hands-free; Câmera de ré; Controle e limitador de velocidade; Faróis automáticos e sensores de chuva; Espelho eletrocrômico; e detector de pressão dos pneus.

O último turbinado de nosso lista é o Chevrolet Tracker. Pode não ser tão moderno nos itens de tecnologia, mas, ainda assim, é muito bem equipado. Pede, porém, que você inclua um pacote opcional que custa R$ 3.400. Com ele, a Chevrolet entrega um SUV com central multimídia de 7 polegadas, chave presencial com botão de partida, rodas de 18 polegadas, DRL, OnStar e muitos outros equipamentos.

Seu conjunto mecânico é moderno. O motor 1.4 turbo entrega bons 153 cv de potência e 24,5 kgfm de torque, ficando bem perto da linha 250 TSI da Volks. É eficiente e acoplado a uma transmissão automática de seis velocidades.

A Chevrolet trará a nova geração do Tracker para o Brasil em 2020. Trata-se de um SUV completamente novo e contará ainda com mais uma opção de motor turbo, o 1.0 de que no Brasil deverá entregar mais do que os 115 cv que produz na versão chinesa (veja aqui).

CONCLUSÃO

São muitas as diferenças entre os modelos de SUVs compactos com motorização turbinada. O Jeep Renegade se beneficia por ser o único com motor 2.0 turbodiesel e tração 4×4, podendo, dessa forma, ser comprado por quem também busca uma aventura nos finais de semana.

O Honda HR-V Touring conta o acabamento interno mais refinado dessa turma e o motor 1.5 turbo chegou para entregar a pegada mais acelerada e eficiente que faltava ao SUV. Pecou, porém, no preço acima do esperado. Talvez se custasse os mesmos R$ 125 mil que a Volks cobra pelo T-Cross com todos os opcionais, o Honda seria imbatível.

O T-Cross ainda é um estreante, mas já podemos dizer que será sucesso de vendas. Além dos fatores que descrevemos acima, é um SUV seguro, com nota máxima nos testes de colisão (veja aqui) e ainda o mais barato para reparar, segundo o Cesvi (veja aqui).

Tiggo 5x e Tracker devem ser levados em consideração. O Chevrolet vai mudar radicalmente nos próximos meses, o que pode desvalorizar a versão atual. Poder de revenda também é ponto fraco (por enquanto) do Caoa Chery. Portanto, ambos se apoiam em preços mais baratos para brigar entre os gigantes do segmento.

O C4 Cactus tem um visual diferente, um bom motor, mas não entrega tanta tecnologia a bordo como os rivais. Claro que seu preço mais baixo pesa positivamente, mas o poder de revenda e o pós-venda ainda são desafios para a montadora francesa no Brasil. Porém, o SUV tem registrado boas vendas no país.

Se você quer aventura, o Regenade garante com o turbodiesel 4×4; se você não abre mão de um acabamento mais refinado e não vê problema em pagar um tanto a mais por isso, o HR-V é o seu número. Já se para você o custo-benefício de uma boa lista de equipamentos e um motor que garante pegada e economia são fundamentais, não tem como não escolher outro que não seja o T-Cross.

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