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Citroën C4 Cactus é um SUV que une o novo e antigo com estilo único

Não sei se já aconteceu com vocês, mas às vezes, ao passar por certas concessionárias e ver alguns modelos expostos no show-room eu me pergunto: “Esse carro continua sendo vendido? Tem gente que ainda compra?”. Pode parece crueldade, mas não é. Como também não quer dizer que aquele modelo é ruim. É só a sensação de que ele já passou do tempo no mercado e que nem mesmo a montadora investe muito na divulgação dele.

Foi essa sensação que tive ao receber para testar o C4 Cactus na versão Shine Pack, que custa R$ 139.990, mas que pode ser facilmente encontrado em oferta online no site da Citroën por R$ 129.990.

O SUV é uma mistura clara da “velha” Citroën antes da Stellantis e da nova Citroën pós-fusão com a FCA (Fiat Chrysler Automobiles). O design francês moderno e ousado de outrora mescla com elementos tecnológicos que atualmente vemos em muitos carros do grupo Ítalo-Franco-Americano.

Esse C4 Cactus que testamos passou por uma leve reestilização em 2023, na linha 2024, quando ganhou a moderna central multimídia da Stellantis, que dispensa cabos para conexão, carregador do celular por indução e ADAS com frenagem de emergência e alerta de mudança de faixas. Esses itens nem sempre são de série em modelos na casa dos R$ 130 mil, como, por exemplo, no renovado C3 Aircross.

Para antagonizar com os modernos itens de tecnologia que citamos temos alguns pecados que frustram ao se deparar com o carro. Podemos começar pelo belo conjunto óptico no estilo de três andares, que merecia ser todo em LED. Mas apenas o DRL usa esse tipo de iluminação, enquanto faróis normais e de neblina têm lâmpadas incandescentes (halógenos).

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A câmera de ré nos remete a imagem que tínhamos em mãos nos primeiros smartphones de 15 anos atrás. A visibilidade não é boa e se você estiver manobrando de ré na contraluz, pode esquecer o visor na central multimídia e faça uso dos espelhos e dos sensores de estacionamento.

Outra coisa que achei muito estranha: se o passageiro ao lado do motorista não fizer uso do cinto de segurança o carro não emite qualquer alerta. Enquanto hoje a tendência é que todos os assentos tenham sensores que indiquem o não uso do equipamento obrigatório, no C4 Cactus apenas o motorista é alertado se não estiver com o cinto.

Outro ponto que remete ao passado é o motor 1.6 THP (Turbo High Pressure) feito em parceria da PSA (Peugeot-Citroën) com a BMW. Nesse caso, apesar de ser um conjunto mecânico com muitos e muitos anos de estrada, não temos do que reclamar. Com até 173 cv de potência e 24,5 kgfm de torque acoplado ao câmbio automático de seis marchas, o propulsor entrega força, agilidade e eficiência na medida certa.

Os números oficiais de consumo com gasolina são 10,4 km/l na cidade e 12,6 km/l na cidade, mas conseguimos números melhores: 10,9 km/l na cidade e bons 14,3 km/l na cidade (sempre com gasolina).

Após alguns dias com o “novo” C4 Cactus Shine Pack THP, podendo testá-lo na cidade e na estrada, pude entender porque a Citroën insiste em vendê-lo. Trata-se de um SUV bom para o dia a dia, que tem uma relação de custo-benefício boa (parte de R$ 106.990 na oferta da versão Live com motor 1.6 aspirado) e um design que ainda pode ser chamado de ousado e que agrada a um nicho de mercado.

Mas acredito que nem mesmo a Citroën espere grande volume de vendas para o C4 Cactus. O modelo fechou o ano passado na 25ª posição no ranking geral dos SUVs com 3.674 unidades vendidas. O líder do segmento (T-Cross) vendeu mais de 72 mil unidades em 2023.

A aposta da marca francesa parece ser clara na linha C3, principalmente no Aircross com 5 e 7 lugares. Esse sim, tem muito mais de Stellantis e menos de DNA francês. Mas isso não é algo necessariamente ruim. Vai pelo seu gosto.

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