A Bosch anunciou que, a partir de 2025, o Brasil será sede do centro global de desenvolvimento e manufatura de tecnologias de agricultura inteligente da companhia. A nova operação terá foco em soluções de plantio, fertilização e pulverização automatizadas e digitalizadas.
Estão previstos investimentos de R$ 200 milhões até 2028 e atuação de 100 colaboradores no Brasil e na Argentina. A estrutura complementa centros já existentes nos Estados Unidos e Alemanha.
O movimento reforça a estratégia da multinacional alemã de ampliar a localização da produção no Brasil. Em 2026, a Bosch nacionalizará mais uma etapa da fabricação do Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP), com a produção da unidade de controle eletrônico (ECU) em Campinas (SP). A tecnologia, obrigatória desde 2024 em novos veículos, completa 30 anos em 2025 e já teve 15 milhões de unidades produzidas no país.
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“Com mais de 70 anos no Brasil, seguimos crescendo e contribuindo para o desenvolvimento da sociedade com tecnologias para mobilidade e agronegócio”, afirmou o CEO da Robert Bosch América Latina, Gastón Diaz Perez.
A planta de Curitiba (PR), que completa 20 anos de produção de injetores do sistema common rail, continuará sendo referência em desenvolvimento de tecnologias diesel. A unidade é uma das maiores empregadoras do setor metalmecânico do estado.
Na área de mobilidade sustentável, a Bosch seguirá ampliando soluções para veículos híbridos Flex. Em 2025, Campinas começará a produzir unidades de controle com maior capacidade de processamento para esse tipo de motorização e também componentes para ônibus elétricos.
A empresa destaca ainda a importância histórica da tecnologia Flex-Fuel, criada no Brasil, que ajudou o país a evitar a emissão de mais de 800 milhões de toneladas de CO₂, segundo a UNICA.
Entre as inovações, a Bosch desenvolve no país a tecnologia Dual Fuel, que permite o uso combinado de diesel e etanol em veículos pesados e equipamentos agrícolas. A expectativa é substituir até 50% do diesel por etanol, reduzindo emissões e movimentando o setor sucroalcooleiro. Os testes de campo estão previstos para 2026 e a comercialização para 2027.
Além dos investimentos produtivos, a Bosch destaca sua atuação na formação de jovens talentos. Em 2025, a Escola Técnica de Aprendizagem (ETS) completa 65 anos com novas turmas nos cursos voltados à indústria 4.0, digitalização e automação. A meta é formar mil alunos até 2030, consolidando o Brasil como um polo de desenvolvimento de software para o grupo.
Globalmente, a Bosch encerrou 2024 com queda de 1,4% no faturamento, totalizando 90,3 bilhões de euros. A margem EBIT ficou em 3,5%. A expectativa é crescer entre 6% e 8% ao ano até 2030, com foco em eletromobilidade, hidrogênio e veículos definidos por software. A empresa também lançou um novo fundo de capital de risco de 250 milhões de euros para acelerar sua atuação em inovação.
