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Salão de Tóquio é salvo pelas marcas japonesas, que mostram um futuro real

Tóquio – O Salão de Tóquio chega a sua 46º edição salvo pelas montadoras japonesas. Nada de Volkswagen e do grupo que inclui a Porsche e Audi, por exemplo. Muito menos BMW, Volvo, Jaguar, Land Rover. Do Velho Continente está a Mercedes-Benz e a Renault com presença acanhada e motivada pela aliança com a prima Nissan. Nem pensar ou imaginar Chevrolet e Ford. O cenário construído no Tokyo Big Sight não é mais o mesmo. A realidade é outra.

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O luxo da Lexus de um lado, perto da Mercedes e do novo Classe A sedan 35 AMG. Em frente está a Mazda para exibir o conceito 100% elétrico LF30 que aposta comunicação do homem e da máquina. O crossover radicaliza no design e vai dividir opiniões se for inspirar o futuro da fabricante.

Mercedes mostrou a linha AMG do Classe A Sedan

E quanto a Toyota? Em um pavilhão de convenções distante a montadora leva o fã para fazer o percurso que vai complicar a vida do visitante. É preciso sair do prédio principal e enfrentar uma fila gigante, dependendo da hora, encarar o sol para acessar os ônibus que levará o entusiasta ao espaço da marca. Você pode ir a pé? Sim, mas vai custar uns 20 minutos de caminhada com uma subida de ponte no trajeto e de bônus acredito apenas na vista parcial da cidade.

Tudo muito cansativo. E chegando por lá, não espere encontrar carros futuristas que servem de inspiração para projetos de gaveta (aqueles que desaparecem e ninguém lembra mais). Em resumo, nenhuma montadora “viajou na maionese”. Sem essa de torrar dinheiro com as experiências que só divertem ou empolgam pelo exagero visual. O negócio é tecnologia e, em alguns casos, nostalgia para fortalecer a história. Mas isso conto mais adiante.

A Toyota foca no presente, na mobilidade e nos jogos olímpicos de 2020 quando vai lançar projetos autônomos de quarta geração e sensoriais também, como o carro que expressa sentimentos, o exótico LQ. Os japoneses são incríveis nesse sentido. Conseguem apenas pelo olhar extrair de você o ohhh! Que fofo! E de forma mais clara, o meio de transporte da Vila Olímpica, aqui anunciado, será 100% AI. De inteligência artificial. Sem motorista a bordo.

Vamos ver o carro voar? Ainda não, mas penso que não será tarefa tão difícil para futuras experiências. Os japoneses apostam no amanhã como se fosse hoje. Exemplo de automóveis feitos para o público que está amadurecendo, chegando a boa idade e precisando de mobilidade em formato compacto, como o BEV. O mundo por aqui é elétrico ou híbrido e disso já falo há muito tempo. Mas tem a fase do meio ambiente limpo. Do carro 100% amigo da natureza. Esse é o projeto do Mirai concept, modelo a hidrogênio, que dá continuidade a primeira geração desse veículo de design anterior nada agradável.

Mirai Concept

A proposta agora é entregar eficiência com arquitetura moderna para que os mercados aceitem e planejem uma ampliação da rede de postos para abastecer o tanque de hidrogênio. O foco do Mirai continuará sendo os EUA, a Europa e o Japão. Por aqui ainda deu para visitar uma estação no prédio que abriga o projeto mega web, que fica o ano inteiro, onde a Toyota mantém a proposta de mostrar o futuro e nele reúne os astros sobre rodas que estarão nos jogos do ano que vem. Lá o barato é encontrar o ultracompacto BEV e o sorridente LQ.

A Nissan que tem o automóvel mais vendido do mercado japonês, o Note, também resumiu sua vida em Tóquio para dois futuristas que representam o alinhamento da marca. O quadrado IMK e o estiloso crossover Ariya. Não tire da memória essa segunda opção porque podermos falar mais dele no futuro. Bem objetiva, a empresa poupa projeções do amanhã e aposta no que vai ser o presente. Ela completa o estande com a grife Nismo e reforça o conceito do 100% elétrico Leaf como seu representante global mais importante. Para os brasileiros ainda sobrou a entrevista com o presidente da montadora, Marcos Silva, que confirmou a nova geração do Versa convivendo com a atual, a partir de abril no Brasil. Modelo será importado do México.

E a dona do evento? Pela importância do lançamento é ela, a Honda. Quem apostou no Fit como carro do salão acertou. O monovolume ficou melhor, mais esperto, tem opção híbrida e versões que inclui a que remetem ao estilo aventureiro urbano, tendência no mercado europeu. O Fit não estreia no Brasil nem tão cedo mas as chances de chegar em 2021 são boas. A mesma Honda gasta pouco tempo para exibir os outros membros da família como Accord, Cr-V híbrido, o lendário NSX e o jato Honda Jet que ganha display interativo e exclusivo.

Lembra quando escrevi há pouco sobre nostalgia. Vamos lá, nesse estande você mergulha nos 60 anos de história da marca nas competições, como Fórmula 1 e motovelocidade, se emociona ao tocar (olhe que não pode) no McLaren MP4, do invencível Ayrton Senna aos dias atuais da montadora nas corridas. Ah! Tem mais porque um corredor vai levar o visitante à apaixonante recordação da linha CB. Duas rodas neles!

Só isso? Não. Suzuki, Mitsubishi e Daihatsu estão no jogo. A MIT mais ousada lançou a reestilização do ASX e dessa vez com 100% de acerto. O modelo recebeu a frente do Eclipse Cross. Nada de reforma visual nas lanternas do Pajero Sport por aqui.

As outras duas marcas mostram conhecimento e criatividade no mundo dos carros compactos. Yamaha e Kawazaki marcam presença, a nova Ninja está no evento que precisa ser reinventado na próxima edição em 2021.

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