A recém-criada Renault Geely do Brasil — parceria entre Renault Group, Geely Holding Group e Geely Automobile Holding — anunciou um investimento de R$ 3,8 bilhões no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR). O aporte marca o início de uma nova fase industrial e comercial das duas empresas no país, com foco em eletrificação e na ampliação do portfólio local.
O anúncio ocorreu nesta terça-feira (18), com a presença do vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, do governador do Paraná, Ratinho Junior, além de executivos das duas companhias, como Fabrice Cambolive, Victor Yang e Ariel Montenegro.
Novas plataformas e três produtos até 2027
O investimento será destinado à produção de duas plataformas tecnológicas e ao desenvolvimento de três veículos. A primeira delas é a plataforma Geely GEA, voltada para modelos de zero e baixas emissões. Dela sairão dois veículos a serem produzidos no segundo semestre de 2026.
Ainda em 2026, a Renault também prepara a renovação de um produto já existente, que será atualizado e fabricado no mesmo complexo.
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Para 2027, está prevista a produção de uma nova plataforma 100% voltada para veículos de zero emissões. Essa base dará origem a um novo modelo Renault, também nacional.
Parceria avança após entrada acionária da Geely
O anúncio ocorre após a conclusão da negociação que permitiu à Geely assumir 26,4% da participação na Renault do Brasil. A cooperação formaliza uma estrutura conjunta para acelerar o desenvolvimento industrial e tecnológico das marcas no país.
Renault e Geely já atuam juntas em outras regiões, como na Coreia do Sul, por meio da Renault Korea, e na Horse, empresa global responsável por soluções híbridas e motores de combustão.
Declarações
Fabrice Cambolive, Chief Growth Officer do Renault Group e CEO da marca Renault, afirmou que a parceria no Brasil representa uma etapa estratégica para expansão das duas marcas. Segundo ele, a combinação das redes comerciais, do know-how industrial e das plataformas eletrificadas permitirá ampliar o portfólio e a competitividade local.
Victor Yang, vice-presidente sênior do Geely Holding Group, destacou que a operação brasileira deve contribuir para o ecossistema de veículos de baixa e zero emissão, além de fortalecer o desenvolvimento regional. Ele também afirmou que o acordo pode servir de referência para outras iniciativas globais.
Ariel Montenegro, presidente e diretor-geral da Renault Geely do Brasil, afirmou que as empresas enxergam o país como parte importante de sua estratégia de longo prazo e que os investimentos devem gerar impactos econômicos e sociais na cadeia automotiva.
Geely: presença global e portfólio em expansão
A Geely Holding é um dos maiores grupos automotivos da China e controla marcas como Geely Auto, Volvo, Polestar, Lynk & Co, Zeekr, Lotus, smart e outras empresas focadas em mobilidade elétrica e logística. Em 2024, o grupo vendeu mais de 3,33 milhões de veículos em todo o mundo. No mesmo período, a Volvo atingiu 763 mil unidades e a Geely Auto Group registrou mais de 2,17 milhões de vendas.
Entre janeiro e setembro de 2025, as marcas da Geely registraram crescimento de 29% frente ao ano anterior, alcançando 2,95 milhões de unidades. O grupo emprega mais de 140 mil pessoas globalmente e integra o ranking Fortune Global 500 há 13 anos.
Nova fase para o Complexo Ayrton Senna
Os investimentos reforçam o papel estratégico das operações brasileiras dentro da aliança Renault–Geely. Com novas plataformas e produtos previstos entre 2026 e 2027, o Complexo Ayrton Senna volta a ganhar relevância no ciclo industrial das duas empresas, especialmente em tecnologias alinhadas à eletrificação e à redução de emissões.
A Renault Geely do Brasil ainda não divulgou detalhes sobre os veículos, como segmento ou posicionamento de mercado, mas informou que novas informações serão apresentadas ao longo dos próximos meses conforme o cronograma industrial avance.







