Madri – Nas ruas de Madri, nas estradas da Espanha o sentimento de dirigir um carro diferente é certo. Sem ruído, de pegada instantânea (pisou ele arrasta) e 100% elétrico. O mais vendido no mundo é uma espécie de embaixador global da Nissan. No Brasil, a partir do final de julho, a promessa é desafiar o mercado com R$ 178,4 mil e encarar o novo. O consumidor que vai precisar de R$ 50 para carregar o Leaf e rodar por 240 Km. Ou seja, sai de cena o abastecimento raiz, tipo parar no posto e colocar combustível, para entrar o liga na tomada na garagem que seis horas depois tá tudo certo.
LEIA MAIS
+ Conheça as novidades da linha 2020 do Nissan Kicks, que parte de R$ 78.290
+ Veja como ficou em detalhes a nova geração do Nissan Sentra
+ Veja como ficou o novo Nissan Versa, que finalmente mudou radicalmente
Quanto vai custar abastecer a bateria que entrega autonomia de 241 Km no Brasil e pouco mais de 300 na Europa? Média de R$ 50 a R$ 55. A segunda geração do Nissan Leaf fez a sua estreia na América Latina durante a coletiva de imprensa da Nissan na 30ª edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, no pavilhão do São Paulo Expo. “ O Leaf vai mudar a maneira de como as pessoas poderão enxergar um automóvel para o seu cotidiano”, declarou Guy Rodríguez, chairman da montadora para a América Latina.
O Nissan oferece autonomia de 389 km em ciclo urbano, de acordo com os padrões WLTP (270 km em ciclo combinado), e 240 km de acordo com o ciclo EPA (siga esse), permitindo que o motorista possa fazer trajetos mais longos. O condutor da energia é a bateria de 40 KW localizado embaixo do assoalho. Para carregá-la o modo plug in ativado pelos conectores mais rápido e mais lento no bico do capô. Nada estranho e muito fácil. O carro terá garantia de três anos sendo oito anos para as baterias.
Com a tecnologia e-Powertrain, o novo Leaf entrega 110 kW (149 cavalos) de potência e 32,6 kgfm (320 Nm) de torque, melhorando a aceleração na moral dos 3.300 rpm. A velocidade máxima da ficha técnica indica 144 Km de final e consegui apertar o pé no acelerador e chegar aos 140 fácil.
O grande lance do hatch de 1557 Kg é a tecnologia e-Pedal, que transforma a maneira como as pessoas dirigem. O sistema permite que o motorista dê a partida, acelere, desacelere e pare, bastando apenas aumentar ou diminuir a força exercida sobre o pedal do acelerador. Soltou o pé ele para e funciona mesmo com alerta de stop nas lanternas e tudo mais.
Quando nenhuma pressão é exercida sobre o pedal do acelerador, freios regenerativos ou de fricção são acionados automaticamente, permitindo parar totalmente o veículo e mantê-lo imóvel mesmo em ladeiras, até que o pedal do acelerador seja pressionado novamente. O e-Pedal garante um novo e descoberto prazer de dirigir o elétrico, sempre silencioso.
Mas não pra por aí porque outro investimento é o Pro-Pilot que pode ser ativado a velocidades de até 100 km/ h. A eletrônica entra em ação sem que você tire as mãos do volante ajustando o controle do piloto automático. Além de manter a distância do carro da frente ele lê as faixas e ainda freia o veículo quando necessário. A assistência de condução semi-autônoma não tem graça porque nesse momento, mesmo sendo uma ligação direta com o futuro, o carro retira um pouco o prazer de dirigir. Prefiro o fan drive com o carro na minha mão.
A cabine exibe um painel frontal bem objetivo e destaca a central multimídia com seus comandos. A configuração do novo display colorido de 7 polegadas com tela de película fina (TFT) dá destaque às principais funções, como o indicador Safety Shield de energia disponível e informações sobre os sistemas de navegação e áudio. E por falar em som, a grife é Bose, sinal de fidelidade.
O modo de condução do Leaf de 4480 mm não inspira aquela esportividade. Por causa das baterias os bancos dianteiros são mais altos. A regulagem é restrita. Falta o ajuste de profundidade do volante multifuncional, que é achatado na parte inferior. O seletor das marchas se torna fácil de operar depois das primeiras tentativas porque no pomo está o P (parking) estacionamento e depois é só movimentar a curta alavanca para engatar o drive ou a marcha ré. Só isso porque a caixa é variável do tipo CVT.
A suspensão McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira é outro ponto de destaque na rodada do carro que calça 215/50 no aro 17. Afinada nas curvas e o carro não sacode. Vai firme mesmo que você precise fazer uma parada de emergência. Outro dado técnico é o bom porta-malas de 435 litros. Cabe tudo e a proposta da carroceria ainda ajuda.
O design agrada
Esqueça a primeira geração por inteiro. O carro é bonito, jovem e deverá servir qualquer motorista em seu perfil de consumo. Tem estilo desde a frente de faróis em LED ao conjunto de lanternas traseiras. O teto preto da o tom para o visual mais juvenil assim como a arquitetura atualizada do hatch que é o passaporte, em matéria de estilo, capaz de credenciar o modelo para conquistar o Brasil dos elétricos.