A rede de concessionários Toyota se prepara para evitar a desistência de pedidos de Corolla e Corolla Cross no varejo. Daqueles carros que estão fora do estoque e listados. Isso sem contar na lista de pré-venda do Yaris Cross, que agora não tem jeito, vai fazer sua estreia em 2026 como modelo 2027.
A Toyota não se pronuncia sobre as datas. Um mês sem produzir o Corolla Cross, por exemplo, são cinco mil veículos perdidos. Multiplique por três meses e mais alguns dias para calcular só neste carro o tamanho do prejuízo.
No momento, as revendas vão “sobreviver” do estoque que tem previsão de acabar até 10 de outubro. As concessionárias também poderão optar em dar férias para o time de vendas. “As empresas estão tranquilizando os funcionários para garantir a manutenção do emprego”, confirmou uma fonte ao UOL Carros.
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As revendas argumentam que também não faz sentido tirar novos pedidos além do estoque da casa sem um prazo definido pela montadora. O que eles devem fazer é multiplicar o esforço de trabalho na picape Hilux e SW4, vindos da Argentina. A marca, no show room, lançou a van Hiace, terceiro produto importado do país vizinho. Quanto ao RAV 4 nova geração só no próximo ano.
As fortes chuvas e ventos que danificaram severamente a estrutura da fábrica de motores da Toyota em Porto Feliz (SP), na última segunda-feira (22/09), paralisarão a produção na planta por meses, o que irá refletir diretamente na produção dos modelos que são fabricados no Brasil.
A montadora afirmou que busca alternativas de fornecimento de motores junto a unidades da Toyota em outros países, com o objetivo de retomar a produção de veículos nas plantas de Sorocaba (SP) e Indaiatuba (SP).
São dessas plantas que saem os modelos mais vendidos pela Toyota no Brasil. Para se ter uma ideia do prejuízo que a montadora japonesa pode ter no Brasil por conta do incidente climático, entre janeiro e agosto deste ano, a Toyota vendeu mais de 77 mil unidades dos carros fabricados no país.
São cerca de 10 mil carros vendidos por mês pela Toyota apenas dos modelos produzidos nas fábricas do interior de São Paulo.
Quando falamos do carro mais vendido pela marca no país, o Corolla Cross, 30 dias de paralisação podem significar a perda da tão sonhada liderança no
segmento.
Não vai ser dessa vez Compass
A Toyota “luta” há anos para tirar do Jeep Compass a liderança do segmento de SUVs médios. Para isso, equipou bem o Corolla Cross, corrigiu pênaltis e ampliou a garantia de fábrica para até 10 anos.
E estava dando certo. Foram cerca de 45 mil unidades emplacadas neste ano, contra pouco mais de 37 mil do rival produzido em Pernambuco.
Um mês sem produzir o Corolla Cross pode significar, dependendo dos estoques da Toyota, uma baixa mais de 5 mil unidades nas concessionárias. Isso não deverá afetar as vendas e carros que já foram faturados, mas pode refletir na entrega dos modelos que estão sendo negociados hoje nas lojas.
Buscar alternativas de motores fabricados em outras plantas também não é uma saída simples. Vale ressaltar que a tecnologia pioneira do híbrido flex da Toyota só é feita por aqui e representa uma fatia significante das vendas da montadora. Esses modelos eletrificados deverão ser o mais afetados pela paralisação forçada da produção de motores.
É aí que entra outro “golpe” forte que a Toyota vai sentir. Seu lançamento mais aguardado dos últimos anos, o Yaris Cross, teve sua estreia adiada. O SUV de porte compacto já estava atrasado no cronograma da montadora, mas agora não tem mais data certa para ser lançado.
Seriam milhares de modelos vendidos pela marca no último trimestre do ano e que agora podem ser empurrados para 2026.
As próximas semanas serão decisivas para a Toyota no Brasil. Além de tentar retomar a produção em sua planta de motores, a montadora precisa buscar alternativas para não afetar as linhas de montagem em suas duas outras fábricas no país. Um desafio e tanto.






