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Por que os eletrificados desvalorizam mais que os carros a combustão?

O mercado de eletrificados ainda é uma incógnita no Brasil? Para alguns sim. Como se trata de um segmento relativamente novo, ainda não se sabe muito a respeito de como será o preço desses automóveis no futuro. Na hora de revender, os consumidores não arriscam um parâmetro de quanto valerá o seu carro na hora da troca. Em mais dois anos cerca de 65% da Fipe?

Mas isso pode ficar um pouco mais claro. É que um documento assinado pelo consultor Cassio Pagliarini, da Bright Consultoria, permite o estudo aproximado do cálculo da desvalorização desses carros. A ferramenta é chamada de Preço de Referência de Mercado (PRM).

Segundo os dados do estudo, os elétricos puros (BEVs) são os que sofrem com a maior desvalorização, chegando a 9% ao ano, enquanto que um veículo a combustão desvaloriza 6%. Veja que os números não são tão distantes. E tudo depende do estado de conservação do bem, claro. “Os híbridos puros também têm-se mostrado sensíveis à depreciação, com valores no mesmo nível dos BEV”, escreve o consultor.

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Média de Desvalorização:
TECNOLOGIA | DESVALORIZAÇÃO
COMBUSTÃO | -6%
ELÉTRICOS | -9%
HYBRID | -9%
MILD HYBRID | -8%
PLUG-IN | -7%

Sobre o preço dos automóveis eletrificados, a tendência é de aumento para o segundo semestre. “O mercado de novos têm reagido às mudanças de regulação e os aumentos devem se intensificar na virada semestre com a segunda leva dos impostos de importação e diminuição das cotas com imposto zero”, aponta Pagliarini.

Existe um movimento de adaptação nos setores de avaliação das revendas. Eles precisam estudar mais e entender como está caminhando o mercado e a tendência dele, desconsiderando de imediato o efeito “modinha” batizado pelos incrédulos que desdenharam do avanço dos elétricos e apontavam o Brasil como reino exclusivo do modal a combustão. E já sabemos que na verdade as culturas da gasolina/etanol, do híbrido e do elétrico vão disputar a escolha do consumidor.

Por enquanto, só admiração
Para o professor de MBAs da FGV e especialista no setor automobilístico, Antônio Jorge Martins, o momento atual do mercado dos eletrificados é mais voltado para admiração para grande parte das pessoas. “Muitos consumidores não conseguem preço adequado [na hora da venda], fruto da depreciação, onde a tecnologia da bateria é o principal custo, com cerca de 40 a 50% do valor do carro”, comenta.

Para o especialista, ainda não existe resposta para muitas questões do mercado dos veículos movidos a bateria. “Ainda não existem muitas respostas para os questionamentos. Podemos comparar com o mercado americano, que existe a cerca de oito anos”, diz.

Ainda segundo Martins, no entanto, daqui há alguns anos os clientes terão para custear esses carros e descobrir com o segmento isso. “Parte dos consumidores tem medo de comprar por conta do preço de reposição das baterias”, afirma.

Mas é uma fatia do mercado que vem se informando também e descobrindo a resistência (durabilidade) do sistema. O que temos aqui é uma mudança de hábito e cultura que permite a convivência com os carros a combustão e a defesa energética abraçada pelo governo brasileiro, que é o Etanol.

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