A pedra fundamental do parque de tancagem do Pecém foi lançada na semana passada e a expectativa é que cerca de 20 distribuidoras de combustíveis operem no local a partir de 2027, quando as obras devem ser concluídas, segundo Leonardo Cerquinho, diretor de Desenvolvimento da Dislub.
A empresa, responsável pela construção da estrutura, projeta uma operação semelhante às existentes em Suape (PE) e Itaqui (MA), onde diversas distribuidoras atuam simultaneamente.
Na primeira fase, o parque contará com 130 mil metros cúbicos de armazenamento, podendo chegar a 220 mil m³ ao final da obra. A expectativa é movimentar 479 mil toneladas de combustíveis no primeiro ano de operação.
Os produtos desembarcarão no Porto do Pecém e serão enviados via tubulação para o parque, reduzindo a atual dependência do Ceará, onde 40% dos combustíveis vêm de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Piauí por transporte rodoviário. “Só esse volume já nos dá a viabilidade econômica necessária para o terminal. Foi isso que nos animou a tomar a decisão de investir”, disse Leonardo Cerquinho, diretor de Desenvolvimento da Dislub.
Impacto no Mercado
Cerquinho destacou que a nova estrutura pode resultar na redução dos preços dos combustíveis no Ceará, aproximando-se dos valores praticados em Pernambuco e Maranhão. “A partir de hoje, ninguém mais tem dúvida e as conversas vão fluir de forma mais fluida.”
O investimento total no projeto é de R$ 430 milhões, sendo 80% financiado pelo Banco do Nordeste (BNB).
Transnordestina
O diretor-presidente da Transnordestina Logística (TLSA), Tufi Daher, confirmou que há conversas avançadas com a Dislub Equador para futuros contratos de transporte. A expectativa é que a obra da Dislub seja concluída ao mesmo tempo que a Transnordestina, em 2027, possibilitando um contrato inicial de intenções, seguido por um contrato definitivo para transporte ferroviário de combustíveis.
O transporte via ferrovia permitirá a distribuição para Pernambuco, Piauí e Ceará, garantindo maior eficiência logística e reduzindo custos. A Dislub também estuda a instalação de portos secos e terminais multimodais ao longo da ferrovia Transnordestina, facilitando o escoamento para o interior do Ceará, além de partes de Pernambuco e Piauí.