Quem nunca quis largar tudo e viajar pelo mundo? Ou ao menos, pela América. Foi mais ou menos isso que aconteceu com o gaúcho Gustavo Blume de 28 anos. Com um Ford Ka adaptado para proporcionar mais conforto na aventura, o antigo representante comercial largou tudo para viver um sonho, que foi interrompido pela pandemia.
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Gustavo já sonhava com essa aventura há alguns anos e a vida deu um empurrãozinho para ele se jogar na estrada. “Via alguns relatos de pessoas que fizeram percursos similares e tinha vontade de fazer algo parecido. Terminei um relacionamento de seis anos e, no período de um ano, me preparei para colocar a viagem em prática. Guardei algum dinheiro e pedi demissão”, relata.
O parceiro de viagem de Gustavo foi o seu Ford Ka, adquirido para o trabalho e já tinha 53 mil quilômetros rodados. “Como ele não tinha dado nenhum problema e eu queria algo mais confortável, foi com ele que saí do Brasil”, aponta. A escolha por um carro também envolveu um desejo. “Não queria precisar acampar com barraca, como geralmente acontece com quem faz esse tipo de viagem com motocicletas, por isso adaptei o meu carro”, relata o ex representante comercial.
“Não mudei nada na parte mecânica. Acrescentei um baú de teto e uma caixa de água. Na parte interna retirei todos os bancos e deixei só o do motorista. Improvisei uma cama e separei uma parte para panelas e coisas do dia a dia. Acrescentei também uma bateria extra para recarregar celular e manter uma geladeira de 12 volts funcionando”, esclarece Gustavo.
Com o seu Ford Ka já adaptado e depois de todo o preparo, chegou a hora de colocar o pé – no caso as quatro rodas – na estrada. “Como já conhecia o Uruguai, passei direto por lá. Fui até a Argentina e conheci Buenos Aires. Levei 28 dias para chegar no Ushuaia e passei mais 15 dias. De lá, segui para o Chile, foi quando as fronteiras foram fechadas e fiquei preso no país por mais 52 dias”, relata.
Foi lá que Gustavo passou uma das suas maiores aventuras. “No Chile eu fiquei sozinho, sem contato com ninguém por 22 dias, ao lado de uma lagoa. Até que um senhor me ajudou, me ofereceu banho e comida, em troca eu cortava sua lenha”.
Entre as suas aventuras, ele ainda encarou uma estrada voltada para 4×4 com seu Ford Ka. “No final do caminho encontrei algumas pessoas com picapes se preparando para encarar o caminho contrário que não acreditaram que eu tinha chegado até ali com um hatch, pediram até para registrar a façanha”.
Gustavo só conseguiu voltar ao Brasil no dia das mães. Diferente de muitos brasileiros que tiveram que deixar seus veículos no Chile e voltar de avião, ele teve autorização de voltar com seu Ford Ka. Mas a pandemia foi só um contratempo passageiro no caminho para a realização de um sonho. “Agora não tenho nada definido, mas estou com duas ideias. Ou completo essa volta começando pelo Brasil, ou volto para o Ushuaia e corto as Américas até chegar no Alasca”, finaliza.