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Lamborghini Revuelto: dirigimos na Itália o primeiro híbrido da marca

Em 1963 quando tudo começou, Ferrucio Lamborghini não imaginaria que seus futuros carros se tornariam fenômenos da indústria automotiva mundial. O Revuelto, sucessor do Aventador, nasce desse jeito, como ícone do segmento. E nele, a assinatura da nova estratégia da marca italiana focada na fase da digitalização e eletrificação. Plano que segue até 2025 com mais uma novidade que virá pela frente.

O UOL Carros está em Roma, na Itália, bem mais perto da famosa Sant’Agata de Bolonha, local da fabricação do Revuelto e seus primos de batismo, todos eles chamados pelo nome de um touro rebelde. Que extremo!

Antes de falar do teste drive mais rápido da minha vida, o carro vai a 350 Km/h e chegamos aos 300 Km/h na pista do autódromo de Vallelunga, a 30 Km da capital Roma, no circuito que trás a assinatura do piloto italiano, Piero Taruffi, que esteve na F1, vencendo apenas uma corrida, e no topo do pódio da famosa Mille Miglia justamente com um Ferrari.

Vou escrever mais sobre o mestre Ferruccio Lamborghini, que deixou um legado aspiracional para a humanidade, louca por carros, e ainda bem que contado pela história, o fundador da marca, olhou para a “cara” de Enzo Ferrari, o qual era cliente, e depois de alguns debates mecânicos, em resumo, disse: “eu vou te ensinar como se faz carros superesportivos”. Na época, o então fazendeiro era dono de uma fábrica de tratores e usava componentes da Ferrari.

Em 1964, quando o Brasil vivia em um outro mundo, a Lamborghini lançava seu primeiro carro, o 350 GT. Dos anos 1960 até hoje, clássicos, como o famoso Aventador, que antecedeu o novato Revuelto, abriram espaço para inovação tecnológica. O rei do carbono, vamos batizar o Revuelto desse jeito, a fibra sintética está presente em praticamente todas as partes do superesportivo, entrega 1015 cavalos de potência e faz 0 a 100 Km/h em apenas 2,5 segundos. Nesse tempo, não dá nem para completar o raciocínio. Faça o seu 0 a 100 no trabalho e veja que não vai conseguir terminar de concluir, uma frase completa. Isso é mais rápido que o nosso raciocínio.

Em Vallelunga, antes do meu 0 a 100, era preciso entender o “touro novato”, dominar suas expressões visuais e mecânicas, associadas à três máquinas elétricas. O primeiro Lambo PHEV estava diante dos meus olhos, sereno e Revuelto. Mas ninguém sai de tão longe, do Brasil, do Recife, de onde moro e São Paulo, local do trabalho, para ficar parado e frente a frente com o carro mais rico em tecnologia da fábrica italiana de Sant’Agata.

A Lamborghini lançou um dos carros mais emblemáticos modelos em comemoração aos seus sessenta anos de história. O hipercarro de 4,94 metros e 2,77 de entreeixos é o primeiro V12 híbrido PHEV de Sant’Agata Bolognese (escrita original). Com um design inovador, um novo conceito de carbono, o carro é quase completo nele, o Revuelto entrega muito mais do que 1.015 cv de potência com a união dos motores. É um sonho!

Olhar não basta, claro. A frente identifica, à distância, um Lamborghini e pelas costas nem se fala por que lá estão as duas saídas de escapamento que escondem as quatro bocas do escape mais um para-choque difusor em carbono com destaque paras as lanternas. Lentes, DLR e faróis valorizam a arquitetura de traços fortes e focada no corte da aerodinâmica.

Como escrever mais sobre o carro? Vamos lá: é importante destacar que no modo de condução cidade, na ligada do automóvel, a tecnologia híbrida plug-in, oferta apenas 10 km de autonomia com eletricidade. Os pequenos deslocamentos não queimam combustível mas o louco mesmo é girar o botão do volante multifuncional e partir direto para o modo Strada, ouvir o ronco do V12 central , no pé do seu ouvido e somente arriscar o Corsa, na pista. No painel você vai ler desse jeito: Città, Strada, Sport e Corsa.

Segundo a Lamborghini, o superesportivo é um “marco na história”. No auxílio da condução, a caixa de transmissão de dupla embreagem de oito velocidades banhada a óleo oferece 13 modos de direção. É bem rápida a troca das marchas. A aerodinâmica do Revuelto e o design são favoráveis para a uma tocada esportiva de verdade com os generosos toques da engenharia nos recortes da musculosa carroceria. A começar pela dianteira e suas saias frontais e laterais escurecidas no carbon fiber. Vale usar o termo em inglês.

Na pista, ainda excitado, legal é desfrutar da redução contínua da caixa, que ao segurar a grande aleta esquerda o piloto irá reduzir várias marchas de uma só vez. E você precisa aprender a testar isso. O prazer será inenarrável, do tipo que arranca aquele sorriso. Para melhorar seria ideal que o paddle shift estive ligado ao giro da direção e não fixado na coluna.

Mas vamos em frente e para você não esquecer, o conjunto mecânico completo do Lamborghini Revuelto faz o esportivo acelerar da inércia até os 100 km/h em apenas 2,5 segundos e ele só para de correr quando chega aos 350 km/h.

No design, a marca estabelece uma linguagem com os icônicos V12 do passado em um novo formato. É um salto quântico, como se refere a fabricante em dado técnico e com toda razão, deixando a emoção de lado.

No interior, o cockpit faz o condutor se sentir como um piloto, colocando o assento de regulagem manual (assim como o volante) quase colado ao chão. A rodagem aro 22 (355/25) na traseira e 21 (265/30) na dianteira entregam equilíbrio no melhor acerto de suspensão. Os pneus são Bridgestone Potenza Race. Por falar dela, a suspensão, o trabalho dos braços em cada roda, com freio de cerâmica para segurar o veículo, não esqueço disso, parece um componente vivo no superesportivo. Irretocável nas curvas.

Atrás dos bancos, espaço para duas mochilas e embaixo do capô, um bom espaço que permite, por exemplo, que você customize o local com duas bolsas do tipo duffel, mala compacta de alça. A tampa pode ser aberta pela chave presencial.

Na cabine, que vai além do acabamento, forro de portas (elas abrem na vertical) tudo com textura em alcântara, os botões, a partida e o console central se destacam. O Revuelto entrega três telas: o cluster de 12,3 polegadas interativo, mídia central vertical de oito, o visual abriga uma dezena e meia de detalhes em fibra de carbono, e a terceira tela de 9,1 que fornece informações também para o carona, copiloto. Quem está do lado participa com os olhos, da condução. A Lamborghini chama isso de uma nova direção imersiva e compartilhada.

Nos recursos de condução são bem completos e trazem consigo desde o alerta de colisão frontal, frenagem automática de emergência, assistente de manutenção em faixa, aviso de ponto cego, bolsas infláveis, além de outros assistentes. Disso você já imaginava. O ADAS não dorme no ponto.

Consumo? Esquece! O carro de tração nas quatro rodas é feito para acelerar e quem compra um superesportivo desses não está preocupado com o preço do combustível. A título de curiosidade, o Lamborghini Revuelto faz 4 km/l na cidade e 7 km/l na estrada. O difícil é conseguir não acelerar até perto do fim uma máquina dessas. Considerando o porte e potência o número não é tão ruim assim. Conheço carros nacionais fazendo isso na cidade.

Embaixo do capô, leve como uma folha, com um pouco de exagero aqui, fica a tomada para você carregar a bateria de 3,8 Kwh do sistema híbrido. Nesse ponto, um pênalti. Deixar a boca do automóvel aberta para recarregá-lo não é nada agradável. Em qualquer lugar do mundo, alguém vai querer entrar ali para fazer uma foto e o motorista não vai ficar por 30 minutos parado esperando a recarga. O sistema elétrico entrega os cavalos finais de potência para o 6.5 litros V12 combinar os seus 825 cv a 907 cv (no modo Strada) a 9.250 rpm. Diga aí! Quase 10 mil giros com a força de 725 Nm de torque a 6.250 rpm mais 350 Nm vindo dos elétricos.

No Brasil quando entrará no mercado e quanto vai custar? A empresa que oficialmente importa os modelos da Lamborghini afirma que não ainda consegue pré definir o preço mas informa que já existem interessados na aquisição do Revuelto. O carro chegará na Europa, nos próximos meses e, a partir desse tempo, ao Brasil, provavelmente na virada do primeiro semestre de 2024. Rumores apontam que no Velho Continente, o Revuelto custará na casa dos 500 mil euros e um pouco mais. Vamos ver!

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