O Brasil enfrenta um novo capítulo para a importação de carros híbridos e elétricos. O tributo para esse tipo de veículo muda a partir desta segunda-feira (1°). As novas alíquotas do imposto para carros eletrificados serão de 25% para modelos híbridos, 20% para híbridos plug-in e 18% para carros totalmente elétricos.
Este é o segundo aumento escalonado desde janeiro, impactando diretamente o bolso dos consumidores e as estratégias das montadoras. Vale lembrar que em janeiro (mês que o tributo retornou) a taxa era de 12% para híbridos convencionais e plug-in e 10% para veículos elétricos.
O aumento do imposto para carros eletrificados vai subir de forma progressiva, até chegar a 35%, em 2026. A regra é válida para todos os veículos eletrificados importados e chegou como forma de incentivar a produção nacional desse tipo de automóveis.
Importante destacar que, não necessariamente, os preços subirão de forma imediata, uma vez que as concessionárias também contam com estoque e já anteciparam a importação antes da majoração da alíquota.
A BYD, por exemplo, trouxe um navio que atracou no Porto de Suape, no início de junho, com quase 5,5 mil unidades. Na data, o Explorer 1 desembarcou também modelos que ainda seriam lançados no Brasil pela fabricante.
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Retomada gradual
No caso dos carros híbridos, a alíquota do imposto começou com 15% em janeiro de 2024; vai para 25% em julho de 2024; 30% em julho de 2025; e alcança os 35% apenas em julho de 2026.
Para híbridos plug-in, foram 12% em janeiro de 2024, 20% em julho de 2024, 28% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026. Para os elétricos, a sequência é 10% (janeiro de 2024), 18% (julho de 2024), 25% (julho de 2025) e 35% (julho de 2026).
Briga das montadoras
Recentemente, a Anfavea conversou com o governo para pedir a antecipação do imposto. O gerente de Imprensa da Anfavea, Glauco Lucena, em conversa com a reportagem, afirmou que o ministro ouviu os argumentos da entidade.
“Falamos muito da queda das exportações. A gente importa mais que exporta e isso está afetando a balança comercial do setor”, afirmou Lucena. “Foi uma reunião produtiva, que pode ou não render fruto. A gente fez o nosso pleito”, disse.
A proposta, no entanto, não agradou o setor dos carros eletrificados. “Acho um absurdo esse tipo de proposta. Quebra das regras”, afirmou o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos.