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Guerra das montadoras: Anfavea ameaça fechamento de fábrica no 2° semestre

A briga entre as montadoras sobre os impostos de importação para carros elétricos continua. E, nesta última quinta-feira (4), durante a coletiva de imprensa da Anfavea, houve inclusive um tom de ameaça. 

“Se o Brasil não rever isto [imposto de importação] imediatamente, nós corrermos risco de ter produção com impacto inclusive com fechamento de fábrica já no segundo semestre”, disse o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite. Porém, a fala dele não entrou em detalhes sobre o assunto e quais seriam as montadoras afetadas. 

Durante a apresentação, um dos principais temas levantados é que a balança comercial está desbalanceada, com mais importação do que exportações. “A importação tem sido responsável pela mudança na nossa estratégia e a gente precisa estar atento ao que está acontecendo”, destacou Leite.  

No primeiro semestre de 2024, foram quase 200 mil emplacamentos de importados, 38% mais que no mesmo período de 2023. A China representou 78% das importações, com alta de 449%.

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Ainda sobre a balança comercial, Leite ressaltou que as importações afetam tanto as empresas fabricantes como o setor de autopeças. “Você tira emprego das montadoras, dos fabricantes. O efeito é duas vezes desastroso”, disse.

Uma das questões é que o gestor da Anfavea ainda destacou que caso não haja regulamentação e desburocratização, isso pode colocar em risco os R$ 130 bilhões de investimento anunciados pelas montadoras ao Brasil.

Na coletiva, o CEO da Volkswagen no Brasil, Ciro Possobom, pediu a volta do imposto de forma imediata. “O que a gente pede claramente é voltar isso [imposto para eletrificados importados] para 35% e estimular a indústria. Eu acho que isso é interesse para todos os brasileiros”, destacou.

Vale destacar que a Volkswagen não comercializa nenhum produto eletrificado no Brasil. O ID.Buzz e o ID.4 estão disponíveis apenas por meio de assinatura pelo Sign&Drive.

Importações da China
No primeiro semestre de 2023, 65% das importações vinham da Argentina e apenas 7% eram da China. Neste primeiro semestre, as importações da Argentina caíram para 45% e as da China subiram para 26%.

“A China teve uma política automotiva extremamente protecionista na fase que precisava criar a indústria automobilística e agora vem abaixando”, justificou o presidente da Anfavea, que vem dialogando com o governo para antecipar os impostos.

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