Sorocaba – O escapamento do Corolla Cross é exótico e não combina com a arquitetura do produto. Isto é fato e é unanimidade. Dos 5.500 funcionários da montadora provavelmente 5.499 pensam como eu e concordam que a peça deve ser trocada. O mais rápido possível.
As palavras “escape do Cross”, peça que tem um carinhoso apelido de mercado, devem dar o maior trabalho de defesa para a comunicação da Toyota do Brasil. E olhe que o freio de estacionamento no pé já foi temporariamente esquecido e o vilão agora é outro.
Mas diante da situação, da parte final do sistema de exaustão, perguntamos ao CEO da marca para América Latina, Masahiro Inoue, conhecido Massa san, sobre o que ele pensa.
Simpático e com extrema educação japonesa, o alto executivo confessou com um leve sorriso no rosto, que entende as críticas e que certamente irá mudar a peça na meia vida do modelo. A Toyota trabalha com o compromisso da melhoria contínua. Ouvindo a base de clientes e filtrando as críticas. E haja filtro porque um dia desses a gente falava da central multimídia no Corolla sedã com o antigo acabamento que simulava um tubo de TV no painel. Eles mudaram e foram rápidos. Era mais fácil e não dependia diretamente do Japão para isso.
Explicando melhor o processo que não é simplesmente trocar por trocar o escapamento do campeão de vendas da marca. Tem a questão da engenharia, das emissões e a fabricante vive uma profunda relação de afeto com o meio ambiente. Ficou claro isso durante a nossa estada no seminário Rotas Tecnológicas realizado pela montadora na fábrica de Sorocaba, interior de São Paulo.
Nele, a Toyota explica a aposta nas diversas tecnologias, a partir da híbrida flex utilizada na família Corolla com o motor 1.8. Os japoneses, ao mesmo tempo, olham para o futuro com os modelos que não precisam de tomada de carregamento, não dependem da estrutura na base da eletrificação, tomadas e carregadores. Focam também nos plug in (sistema que será empregado a partir dos SUVs da Lexus) e também tratam do tema para o carro movido a célula de hidrogênio, demonstrado no Mirai. Imagine um veículo de porte, como o Camry, dispensando através de um botão no painel, H2O pronta para o consumo. Demais! Esse é o processo 100% limpo.
O hidrogênio é armazenado em três tanques e para injetá-lo em 100% é necessário 700 BAR de pressão no complemento dos recipientes. Processo que garante uma autonomia de 600 quilômetros. Tecnologia que para funcionar no Brasil eu teria que virar avô antes. Testei a primeira geração do Mirai no Japão e a segunda atualizada em performance e design, na Califórnia e na Europa, onde o sedã circula.