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Citroën suspende venda da versão do C4 Cactus exclusiva para PCD

Uma notícia dada pela Country Manager do Grupo PSA no Brasil durante uma live institucional deixou os concessionários da Citroën preocupados com o atual momento da marca no mercado nacional. Ana Theresa Borsari anunciou que a versão exclusiva para PCD do Citroën Cactus terá suas vendas suspensas no país. Trata-se de uma opção abaixo do teto de R$ 70 mil determinado pelo governo para se ter a total isenção de impostos (IPI e ICMS), o que deixava o SUV de R$ 69.990 por R$ 54.655.

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Segundo a montadora, a decisão foi tomada em função do contexto excepcional da Covid 19, com impactos sem precedentes na economia e taxa de câmbio. “Vale destacar, que todas as negociações e pedidos em andamento serão honrados e aceitos até o próximo dia 10 de julho. Depois desta data e até a normalização do mercado, continuaremos atendendo o público PCD com isenção parcial e a disponibilização de descontos complementares em todas as versões do C4 Cactus. Esperamos que o período passe o mais breve possível para que possamos restabelecer a oferta com isenção total aos clientes PCD”, afirmou a montadora à reportagem.

Apesar de talvez ser uma decisão passageira, a preocupação dos concessionários é justificada pelo fato de o C4 Cactus ser, disparado, o carro mais vendido da montadora no país. Dos 6.893 veículos emplacados pela Citroën neste ano (janeiro a junho) 4.953 foram do SUV compacto. E deste número, mais da metade (2.833) foram comercializados através de Venda Direta, que inclui PCD e CNPJ.

Além do fator econômico gerado pela Covid, apuramos que a outra razão para a direção da Citroën interromper as vendas do Cactus PCD é o prejuízo de cerca que a marca tinha em cada unidade emplacada. Dado não confirmado pela assessoria da PSA. A versão Feel Business Automático que custava R$ 69.990 se destacava pela boa relação custo-benefício (pelo menos para o cliente). Ela oferece o motor 1.6 aspirado, transmissão AT6, central multimídia de 7 polegadas com Android Auto e Aplle Carplay, assinatura em LED (DRL) e os protetivos AirBump, que deixam o visual do SUV mais robusto. Muito justo por sinal.

Para tentar compensar a perda dessa grande fatia do mercado, a Citroën vai dar descontos em duas outras versões que vendem bem do Cactus. A Feel Pack Automático, que é a opção mais “recheada” de equipamentos com motor 1.6 aspirado custa, na tabela, R$ 92.790. O cliente PCD terá, além do desconto do IPI, um desconto dado pela montadora de R$ 5.961, deixando o preço final do modelo em R$ 79.035. Na topo de linha Shine Pack Automático THP, que custa R$ 105.990, o desconto é ainda maior (R$ 8.971), fazendo o preço final baixar para R$ 88.305.

A própria Citroën sabe que os descontos poderão não ser suficientes para compensar a perda de clientes com a retirada da versão PCD do Cactus. Internamente, a montadora fala em uma perda de participação de mercado de 0,2 ponto percentual. Pode parecer pouco, mas para quem fechou 2019 com 1% de market share é bastante significativo. Em 2020, a Citroën já vem perdendo espaço.
Fechou o primeiro semestre com 0,90% de participação, na 12ª posição geral, sendo ultrapassada pela CAOA Chery. Se a previsão de queda for confirmada, a montadora francesa deve cair mais uma posição e ver a Mitsubishi ultrapassá-la. A questão é saber se os concessionários da vão conseguir absolver essa redução de receita, mesmo que temporária.

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