A CEO da General Motors, Mary Barra, recebeu uma remuneração total de US$ 29,5 milhões em 2024 (cerca de R$ 173,6 milhões, considerando a cotação de R$ 5,89), segundo o relatório anual da empresa enviado à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos).
O valor representa um aumento de 6% em relação ao ano anterior e equivale a 310 vezes o salário médio de um funcionário da GM, estimado em US$ 95.111 (R$ 560 mil). De acordo com o documento, o aumento foi concedido com base no cumprimento de metas de desempenho e no lucro recorde registrado pela empresa em 2024.
A remuneração da executiva foi dividida em quatro categorias: US$ 2,1 milhões (R$ 12,4 milhões) em salário fixo, o mesmo desde 2017; US$ 19,5 milhões (R$ 114,8 milhões) em ações vinculadas ao desempenho financeiro; US$ 6,6 milhões (R$ 38,8 milhões) em planos de incentivo; e US$ 1,2 milhão (R$ 7 milhões) em outros benefícios, como seguro e plano de saúde.
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O presidente do Comitê de Remuneração da GM, Wesley Bush, afirmou em carta aos acionistas que a estratégia de pagamentos contribuiu diretamente para os resultados obtidos. Segundo ele, a valorização das ações da GM foi de 50% em 2024, superando a média do setor. Ele também destacou a importância dos investimentos da empresa em veículos elétricos e software automotivo.
Apesar dos resultados, Bush ressaltou que ainda há desafios a serem enfrentados. Em sua comunicação, ele citou uma frase comum da própria CEO: “Não confunda progresso com vitória”.
Comparado aos outros executivos das chamadas “Três Grandes” de Detroit, Mary Barra foi a mais bem remunerada em 2024. O CEO da Ford, Jim Farley, recebeu US$ 24,8 milhões (R$ 145,9 milhões), uma redução de 6% em relação ao ano anterior. A queda é atribuída ao não cumprimento de metas relacionadas à qualidade dos veículos, em um ano marcado por diversos recalls.
Carlos Tavares, ex-CEO da Stellantis, que deixou o cargo em dezembro de 2024, também recebeu US$ 24 milhões (R$ 141,3 milhões) mesmo com o desempenho abaixo das metas da empresa. O valor foi inferior aos US$ 39,5 milhões (R$ 232,4 milhões) pagos em 2023, quando sua remuneração foi cerca de 518 vezes maior do que o salário médio de um funcionário da Stellantis.
Em 2024, a Stellantis registrou lucro líquido de US$ 5,8 bilhões (R$ 34,1 bilhões), mas encerrou o segundo semestre com prejuízo de US$ 133 milhões (R$ 781,4 milhões), o que pode ter influenciado na decisão de mudança de comando.